terça-feira, 29 de março de 2011

LIMITES: QUAL É O LIMITE?



Acaba de chegar ao Brasil o livro que abalou as estruturas dos pais norte-americanas: Battle hymn of the tiger mother (Hino de batalha de uma mãe chinesa), onde a escritora Amy Chua relata os seus métodos rígidos e ao meu ponto de vista, EXCESSIVAMENTE AUTORITÁRIOS, na educação das suas duas filhas.


Amy Chua deixa claro que como filha mais velha de imigrantes chineses, não tem tempo para improvisos e muito menos para fazer suas próprias regras. Diz ter um nome de família para defender e pais para orgulhar.


"Gosto de objetivos claros e formas claras de medir o sucesso”, relata a escritora.


Parece exagero???? Para mim sim, mas para uma mãe chinesa que acredita acima de tudo na TRADIÇÃO, não.


Abaixo algumas regras bem delimitadas que a mamãe Amy impõe as suas filhotas:

1. As tarefas da escola vêm sempre em primeiro lugar

2. 9 é uma nota ruim

3. Seus filhos precisam estar dois anos à frente de seus colegas de classe em matemática

4. Não se deve nunca elogiar seu filho em público

5. Se o seu filho alguma vez discordar do professor ou do treinador, você deve sempre ficar do lado do treinador ou do professor

6. As únicas atividades que você deve permitir que seu filho faça são aquelas pelas quais ele pode eventualmente ganhar uma medalha

7. Essa medalha deve ser de ouro
 
 
A favor de Amy, estão os conhecidos resultados da educação asiática pelo mundo, com gênios prodígios da matemática e músicos de sucesso aos 5 anos de idade.
 
 
Mas o que realmente me interessa saber são: Esses gênios prodígios e músicos prematuramente bem sucedidos SÃO FELIZES??? São SAUDÁVEIS tanto fisicamente como PSICOLOGICAMENTE??? GOSTAM do que fazem ou o fazem por pura obrigação, ou melhor, por imposição dos pais???
 
 
Eu como mãe, discordo da maioria dos métodos utilizados pela escritora na criação das suas filhas porém respeito muito as diferenças... sejam elas quais forem!!
 
 
Acho as diferenças culturais existentes pelo mundo fantásticas, algo que realmente me fascina!!!
 
 
Na minha opinião mamãe Amy cria as suas filhas de acordo com o que foi lhe ensinado pelos familiares, pela sua cultura e pelo que pude notar, ela se dedica muito ao que acredita ser o melhor para elas. Aliás, apesar de ter relatado dificuldades em lhe dar com a filha mais nova, as meninas parecem muita satisfeitas com a mamãe-tigre já que sua PRIMOGÊNITA tomou as dores da mãe e escreveu uma carta ao jornal Wall Street para defendê-la de mais de milhares de críticas em forma de comentários de leitores, artigos e reportagens.
 
 
Enfim, achei injusto a reação do povo norte-americano em criticar demasiadamente os metódos da mamãe-tigre sem considerar o enorme abismo que existe entre a cultura ocidental e oriental.
 
 
Eu admito que jamais submeteria a minha filha a tanta imposição.
Quero mais é conhecê-la, quero que ela me mostre o que gosta de fazer e aí sim eu estarei aqui para dar-lhe todo apoio para chegar onde desejar. Acho que estimular é importante e ter regras disciplinadoras também, não tão radicais mas não discordo que são fundamentais para realmente EDUCAR um filho.
 

Os ocidentais atualmente vivem uma crise por serem permissivos demais na educação dos filhos. Olhando de fora para os dois modelos de educação, pode ser que os orientais foquem demais o dever, e os ocidentais, o prazer. O ideal, no entanto, seria sempre buscar o equilíbrio. “O fato é que os ocidentais podem e devem aprender a ser mais duros e disciplinadores. Por outro lado, não podemos ser tão radicais. É bom sempre avaliar se estamos muito críticos ou flexíveis demais”(palavras de Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP) retiradas da reportagem da revista CRESCER)


PROPONHO UM BRINDE AS DIFERENÇAS!! tchin, tchin

(texto baseado e com utilização de alguns trechos da reportagem publicada no site da revista CRESCER em 29/03/11)






7 comentários:

  1. Karine,

    Concordo quando disse que é questão cultural.
    O que achamos absurdo aqui, eles agem naturalmente. Achamos um absurdo não obedecer fila, na China tiveram que ter treinamento. Estamos acostumados com o "jeitinho", eles não se conformam com alguns poucos remendos que uma estrada tem [depois do terremoto]. Assim é com a educação deles. São severos.
    Mas acho que a gente tem que dar carinho, atenção, elogiar sempre mas saber ser firme na hora certa tb... tomara que eu consiga fazer o melhor pra Nina.
    Adorei o blog!!! Bjs

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  2. Ka!!
    tudo bem?

    eu aprendi mto a respeitar a cultura e educação de cada um. Na china é assim mesmo e pronto!
    Eu Melany gosto sim de limites, acho importante e muito! Tenho minhas convicções e acredito em autores que escrevem que a criança gosta de quem lhe da limites e mtas vezes nos desafia em busca deles!
    Mas é tão complexo falar de educação quando se é mãe... eu como pedagoga (nota 10!! rs) tinha minhas idéias bem fixas e mtas foram embora agora que tenho a G...

    Mas o assunto é sem fim!! ótimo falar disso. Beijos em vcs...

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  3. Pois sim meninas, li uma frase nesta reportagem da revista CRESCER que define bem porque é tão difícil para nós ocidentais aceitar a metodologia da mamãe-tigre, diz assim: “São critérios muito objetivos para lidar com algo tão subjetivo quanto o ser humano." Eu concordo em gênero, número e grau!!!
    Mas a própria escritora tem noção das diferenças entre as duas culturas e disse o seguinte a respeito: “Pais ocidentais tentam respeitar a individualidade das crianças, encorajando-as a buscar suas paixões verdadeiras, apoiando suas escolhas e proporcionando reforços positivo e um ambiente estimulante. Em contraste, os chineses acreditam que a melhor forma de proteger seus filhos é preparando-os para o futuro, fazendo-os ver do que são capazes e armando-os com habilidades, hábitos de trabalho e confiança interna que ninguém jamais poderá tirar.”

    É a mais pura verdade!!! Não vejo razão por ela ter sido tal criticada pelos norte-americanos!! Não li a entrevista dela por completo mas em alguma parte ela deve ter exagero nas críticas aos ocidentais para ter sido tão mal interpretada!!!

    Bjos meninas e obrigada pela participação!!!

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  4. Acho que sim, é uma questão cultural...
    Talvez se tivessemos sido criadas lá, aceitariamos isso com naturalidade.
    O fato e não fomos, então pra gente é, obviamente um absurdo.
    Quem está certo?
    Pra mim não existe certo ou errado nessas condições.
    Existe o que funciona pra mim e o que funciona pra você. Cada um sabe da sua realidade né?

    Ótimo post. Muito reflexivo.
    BJoooooooooo

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  5. Concordo Nai, talvez os métodos que eu utilize não funcionem pra vc e vice-versa... isso pode acontecer mesmo em se tratando de uma mesma cultura, de um mesmo país, de uma mesma cidade
    e até de uma mesma família quanto mais em se tratando de culturas tão diferentes como o caso acima!!!

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  6. Tambem acho que não existe certo ou errado quando o assunto é cultural. Mas vamos combinar que nota 9 não é uma boa nota é um absurdo né meninas!E o que falar de exigir que seu filho seja o numero 1 sempre? Imagina a pressão? imagina a angustia diante de um possivel fracasso nessas infinitas competições de ego?

    A relaçao ai deve ser complicadissima! E outra coisa, pra voce criar seus filhos assim voce simplesmente tem de viver em função deles somente...nada de um tempo pra voce, voce teria de viver em uma prisão testando os limites do seu filho em competições de xadrez, de matematica....levando seu filho em mil cursos por dia.. né? Nada legal e tão pouco saudável para ambos.

    Acredito no equilibrio e na simplicidade das relações, principalmente entre pais e filhos...numa relação como essa me parece que não sobra tempo e nem é estimulado o amor e a compreensão. Estou completamente fora desses métodos...crio meus filhos para o mundo, para serem individuos felizes. Não tenho nenhuma expectativa sobre eles que não seja a de que sejam felizes e capazes de trilhar seus caminhos longe das drogas e das más companias...Não espero realizar meus sonhos através dos meus filhos, nem cobrar deles aquilo que não fiz ou não fui...e se um deles tirar nota 9 com certeza vai ter bolo de brigadeiro pra comemorar aqui em casa!

    Ahhh..já estive na China, e em Xian (a cidade dos Guerreiros de Terracota) eu vi em frente a uma lojinha um menino de pouco mais de 3 anos fazendo Sudoku, sob o olhar atento e repreensivo do pai...sinistro!

    E vivam as diferenças...mas, que se mantenha sempre o bom senso...o equilibrio, o amor e a compreensão entre pais e filhos. Beijocas.

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  7. Keli lindona, entendo seu ponto de vista mas discordo que esteja faltando bom senso por parte da mamãe-tigre. Acredito que a questão seja inteiramente cultural e aos olhos dos que a rodeiam, pessoas que vivenciam a mesma cultura, ela está sendo muito sensata e coerente. Perderia a sensatez se agisse diferente e criasse os seus filhos como nós ocidentais.

    Mas assino embaixo do que vc disse: nota 9 é motivo para bolo de chocolate, essas mães e filhos devem viver sobre uma pressão horrorosa e as mamães devem abrir mão da própria vida para regrar a vida dos filhos.

    Acredito que por se TRATAR DE UMA TRADIÇÃO, de uma forma de viver CULTURAL, essas mamães nem sintam a diferença que é tão impactante para nós. REFLITA: Elas nunca vivenciaram uma educação diferente, tanto que do mesmo jeito que nos espantamos com o comportamento delas, elas se espantam com o nosso, a ponto de achar que educamos nossos filhos de maneira leviana.

    Como eu disse acima, JAMAIS SUBMETERIA A MINHA FILHA A TANTA IMPOSIÇÃo, mas respeito muito a os métodos da mamãe-tigre que tenta passar as suas filhas as tradições do seu povo, dos seus familiares e no fundo quer que suas filhas sejam tão felizes quanto as nossas... SE ELA VAI CONSEGUIR, AÍ É OUTRA QUESTÃO... eu sinceramente espero que sim!

    OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO QUERIDA!!!!

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